
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Tipificação das técnicas pedagógicas
Esta secção pretende identificar as diversas técnicas pedagógicas existentes e descrever as suas principais características.
Técnica pedagógica significa estratégia, procedimento ou forma concreta de apresentar ou orientar as aprendizagens. As técnicas complementam-se e articulam-se entre si, de modo que não se podem utilizar isoladamente, tal como os métodos em que se integram. O critério de selecção fundamental será sempre a formulação de objectivos para a formação. Na previsão das técnicas a adoptar o formador deve sequenciá-las, permitindo situações diversificadas de formação, tendo em conta a sua maior eficácia quanto a resultados de aprendizagem.
Por vezes a implementação de determinadas técnicas pedagógicas confundem-se com o próprio método particularmente no caso dos métodos activos.
Esta parte está dividida nas diversas técnicas pedagógicas:
Técnica pedagógica significa estratégia, procedimento ou forma concreta de apresentar ou orientar as aprendizagens. As técnicas complementam-se e articulam-se entre si, de modo que não se podem utilizar isoladamente, tal como os métodos em que se integram. O critério de selecção fundamental será sempre a formulação de objectivos para a formação. Na previsão das técnicas a adoptar o formador deve sequenciá-las, permitindo situações diversificadas de formação, tendo em conta a sua maior eficácia quanto a resultados de aprendizagem.
Por vezes a implementação de determinadas técnicas pedagógicas confundem-se com o próprio método particularmente no caso dos métodos activos.
Esta parte está dividida nas diversas técnicas pedagógicas:
Os métodos activos em formação
O conceito de métodos activos designa um conjunto de métodos em que o formando é voluntário.
Nestes métodos, o formando é o sujeito da formação. Baseiam-se na actividade, na liberdade e na auto-educação. O formando aprende por descoberta pessoal, vivenciando a situação. O formando constrói a resposta adaptada à situação. A situação de aprendizagem é pouco estruturada e interactiva. O formador responsabiliza-se pela orientação e animação das situações e pela elaboração dos materiais pedagógicos necessários.
Os métodos activos caracterizam-se com base nos seguintes critérios:
Uma situação pedagógica activa depende das seguintes variáveis:
A utilização de metodologias activas de formação requer um domínio das técnicas de comunicação e dinâmica de grupos.
Nestes métodos, o formando é o sujeito da formação. Baseiam-se na actividade, na liberdade e na auto-educação. O formando aprende por descoberta pessoal, vivenciando a situação. O formando constrói a resposta adaptada à situação. A situação de aprendizagem é pouco estruturada e interactiva. O formador responsabiliza-se pela orientação e animação das situações e pela elaboração dos materiais pedagógicos necessários.
Os métodos activos caracterizam-se com base nos seguintes critérios:
- a actividade - o formando aprende a partir da resolução de problemas, formula hipóteses, deduz e encontra uma solução;
- a liberdade - o formando escolhe e tem livre iniciativa no percurso da aprendizagem, e nas actividades. A sua escolha é baseada nos significados que atribui à situação formativa;
- a auto-educação - a pedagogia activa visa a autonomia do aprendente e o seu desenvolvimento pessoal e social.
Uma situação pedagógica activa depende das seguintes variáveis:
- novos papéis para o formador - torna-se simultaneamente animador, participante, e observador. Assume-se como motor da acção pedagógica e conteúdo parcial dessa acção;
- a relação individual e de grupo - o formando situa-se em relação ao formador e em relação ao grupo. As interacções estabelecem-se face a estes dois outros;
- o conjunto espaço / tempo, no decurso da formação, assume-se em três dimensões - Externo ao grupo em formação (o formador informa-se sobre o que cada formando é, como vive fora deste momento); Espaço / tempo na sala de formação (o formador deve estar atento às solicitações dos formandos e oferecer-lhes o que tem); Espaço /tempo simulado (o formador/animador desloca-se com o grupo em duas dimensões: a realidade e a ficção (a vida profissional / a formação).
- o vivido - cada momento vivido é uma etapa para que a relação pedagógica seja imaginativa, motivante e criativa;
- o mundo exterior - a formação deve estar ancorada na realidade profissional dos formandos.
O espaço pedagógico
Uma situação pedagógica activa é difícil de controlar pelo formador, pois ela é pouco estruturada. A arquitectura e o espaço assumem uma função na caracterização do clima de aprendizagem. Para que as aprendizagens se realizem centradas na livre troca de ideias, é necessário que o espaço permita realmente as interacções entre os participantes. Para promover uma verdadeira comunicação intergrupal os dispositivos em circulo ou em U são os mais adequados.A utilização de metodologias activas de formação requer um domínio das técnicas de comunicação e dinâmica de grupos.
O método interrogativo
O método interrogativo consiste num processo de interacções verbais, dirigidas pelo formador, normalmente de tipo pergunta-resposta. O objectivo é a descoberta pelo formando dos conceitos ou conhecimentos a memorizar.
O interrogatório
Baseia a sua táctica na detecção instantânea da realidade da sessão, através de perguntas emitidas pelo formador no sentido de fazer progredir a aquisição de conhecimentos.
A argumentação
A actividade é conduzida pelo formador que determina os objectivos e os temas da argumentação. Faz uma explicação sumária do conteúdo e proporciona os meios de informação para o estudo do tema ou do problema. Os formandos terão de encontrar argumentos para discutir com o formador.
O diálogo
Nesta modalidade foca-se geralmente um único tema. O formador lança o diálogo desfocando ou escamoteando a problemática ou o conteúdo. Solicita ao grupo em formação que analise ou dê opiniões sobre o tema exposto. Ao formador cabe formular as questões orientadoras do diálogo. Mas pode-se permitir um caminho erróneo para a discussão. No entanto, o formador é responsável pela condução do diálogo no sentido duma proposição válida.
O debate
Para a sua planificação deve seguir-se o mesmo processo da modalidade anterior. Mas, a sua aplicação exige como pré-requisito uma formação básica no tema ou temas a debater e também o conhecimento das técnicas de argumentação por parte dos participantes. Antes de iniciado o debate deve-se nomear um coordenador e um secretário. Estes têm como funções orientar as perguntas e registar as conclusões ou os pontos que permaneçam obscuros. O formador não deve permitir situações extremadas ou antagónicas. O objectivo central desta técnica é desenvolver capacidades de análise e crítica ou de julgamento de situações.
Características do método interrogativo
O método interrogativo baseia-se no princípio de que se aprende por aprender, mas só se aprende bem o que se compreendeu. Continuamos no campo das pedagogias autoritárias, mas a exigência de eficácia conduz à motivação dos formandos. A interrogação tanto pode ser utilizada na aprendizagem de saber-fazer como na de conceitos. Aplica-se ao conteúdo de uma exposição ou demonstração. Assumem um papel particular no método interrogativo a competência na elaboração de perguntas, os processos de raciocínio indutivo e ainda o modo como se organiza a aprendizagem por descoberta.Como aplicar o método interrogativo
A observação espontânea é substituída pela observação planificada e reflectida, orientada por uma sequência de perguntas. As perguntas encadeiam-se por uma ordem lógica e rigorosa, incidindo cada pergunta sobre um ponto preciso.O interrogatório
Baseia a sua táctica na detecção instantânea da realidade da sessão, através de perguntas emitidas pelo formador no sentido de fazer progredir a aquisição de conhecimentos.
A argumentação
A actividade é conduzida pelo formador que determina os objectivos e os temas da argumentação. Faz uma explicação sumária do conteúdo e proporciona os meios de informação para o estudo do tema ou do problema. Os formandos terão de encontrar argumentos para discutir com o formador.
O diálogo
Nesta modalidade foca-se geralmente um único tema. O formador lança o diálogo desfocando ou escamoteando a problemática ou o conteúdo. Solicita ao grupo em formação que analise ou dê opiniões sobre o tema exposto. Ao formador cabe formular as questões orientadoras do diálogo. Mas pode-se permitir um caminho erróneo para a discussão. No entanto, o formador é responsável pela condução do diálogo no sentido duma proposição válida.
O debate
Para a sua planificação deve seguir-se o mesmo processo da modalidade anterior. Mas, a sua aplicação exige como pré-requisito uma formação básica no tema ou temas a debater e também o conhecimento das técnicas de argumentação por parte dos participantes. Antes de iniciado o debate deve-se nomear um coordenador e um secretário. Estes têm como funções orientar as perguntas e registar as conclusões ou os pontos que permaneçam obscuros. O formador não deve permitir situações extremadas ou antagónicas. O objectivo central desta técnica é desenvolver capacidades de análise e crítica ou de julgamento de situações.
Tipo de perguntas no método interrogativo
O método interrogativo requer do formador uma grande competência na formulação de perguntas. Analisaremos os diversos tipos de perguntas a utilizar:- perguntas dirigidas à memória - são aquelas que implicam o relembrar de informação específica;
- perguntas dirigidas ao raciocínio - são perguntas que levam o formando a pensar e a desenvolver a sua informação;
- perguntas criativas - exigem do formando soluções novas e originais, a partir de dados fornecidos anteriormente;
- perguntas pessoais - este tipo de perguntas suscita no formando a expressão de opiniões, sentimentos e valores pessoais. Esta classificação de perguntas baseia-se na Taxonomia de Objectivos Educacionais de Bloom. Estão também hierarquizadas por níveis de complexidade de operações cognitivas;
- perguntas abertas - são aquelas perguntas cujas respostas se conseguem através de uma elaboração diferente de indivíduo para indivíduo. Podem ter uma ou várias respostas aceitáveis;
- perguntas fechadas - são perguntas que apenas têm uma única resposta correcta à qual só se chega através de processos mentais semelhantes.
O método demonstrativo
O método demonstrativo baseia-se no conhecimento técnico ou prático do formador e na sua competência para exemplificar uma determinada operação técnica ou prática que se deseja repetida e depois aprendida. O formando deve realizá-la primeiro sob orientação e depois sozinho.
A natureza da informação recebida pelo formando é homoforma da emitida pelo mestre. O formador emite um saber (demonstração dum teorema, ou mesmo o exemplo duma reunião-discussão) e só esse saber será recebido. Se o formador emite um saber-fazer (virar uma peça ou uma conduta experimentada) é um saber-fazer que será recebido. Mas como não é suficiente explicar por palavras o que se pretende que se aprenda, é necessário mostrar. É preciso simultaneamente explicar e mostrar, associar explicação, demonstração e até ilustração, é nisto que basicamente consiste o método demonstrativo.
Motivar o interessado e prepará-lo
A natureza da informação recebida pelo formando é homoforma da emitida pelo mestre. O formador emite um saber (demonstração dum teorema, ou mesmo o exemplo duma reunião-discussão) e só esse saber será recebido. Se o formador emite um saber-fazer (virar uma peça ou uma conduta experimentada) é um saber-fazer que será recebido. Mas como não é suficiente explicar por palavras o que se pretende que se aprenda, é necessário mostrar. É preciso simultaneamente explicar e mostrar, associar explicação, demonstração e até ilustração, é nisto que basicamente consiste o método demonstrativo.
Motivar o interessado e prepará-lo
- pô-lo à vontade;
- definir o trabalho e saber o que o formando já conhece;
- requerer o seu interesse pelo trabalho (tarefa, posto de trabalho...).
- explicar, mostrar, ilustrar, só uma fase importante de cada vez, numerando-as;
- a instrução tem de ser feita lentamente, salientando-se os pontos-chave.
- obter, através de repetições sucessivas, a realização correcta da tarefa proposta.
- o formando realiza a tarefa ou actividade sozinho, sabendo que pode solicitar ajuda ou esclarecimentos;
- o formador deve, nesta fase, solicitar perguntas ao formando, controlando o seu desempenho, mas intervindo cada vez menos.
Como organizar uma sessão expositiva
O formador deve ter em conta o público alvo, os seus conhecimentos sobre o tema, motivações e capacidades.
Um outro aspecto refere-se às condições materiais:
A introdução
Na introdução, o formador esclarece os objectivos a atingir, cria os estímulos adequados à audição através de conselhos ou exemplos e, fundamentalmente, expõe o conteúdo mediante os "organizadores prévios".
Os "organizadores prévios" (Ausubel fala de "advance organizers") consistem em informações amplas e genéricas que servirão de pontos de ancoragem para ideias mais específicas que virão no decorrer da exposição.
Assim, a aprendizagem significativa existe sempre que haja um relacionamento do novo material com os elementos já estáveis da estrutura cognitiva, pois o processo de aprendizagem faz-se pela integração de novos conceitos em outros conceitos abrangentes. Introduzindo os "organizadores prévios", antes do conteúdo essencial, usando uma linguagem familiar, o formador facilita ao “auditório” as novas aprendizagens.
O corpo da exposição
A sequência da exposição deve seguir os seguintes princípios:
A diferenciação progressiva e a reconciliação integrativa
O formador pode apresentar o conteúdo de modo sequencial:
Sugerimos uma série de técnicas que tornarão o uso do método expositivo mais interessante e eficaz:
Um outro aspecto refere-se às condições materiais:
- a sala;
- o ambiente;
- o equipamento;
- o mobiliário.
- seleccionando as informações a transmitir;
- organizando a sequência de ideias;
- identificando e/ou criando exemplos;
- sumariando os tópicos da exposição.
A exposição
Os cognitivistas propõem-nos um modelo eficaz para desenvolver uma exposição:A introdução
Na introdução, o formador esclarece os objectivos a atingir, cria os estímulos adequados à audição através de conselhos ou exemplos e, fundamentalmente, expõe o conteúdo mediante os "organizadores prévios".
Os "organizadores prévios" (Ausubel fala de "advance organizers") consistem em informações amplas e genéricas que servirão de pontos de ancoragem para ideias mais específicas que virão no decorrer da exposição.
Assim, a aprendizagem significativa existe sempre que haja um relacionamento do novo material com os elementos já estáveis da estrutura cognitiva, pois o processo de aprendizagem faz-se pela integração de novos conceitos em outros conceitos abrangentes. Introduzindo os "organizadores prévios", antes do conteúdo essencial, usando uma linguagem familiar, o formador facilita ao “auditório” as novas aprendizagens.
O corpo da exposição
A sequência da exposição deve seguir os seguintes princípios:
A diferenciação progressiva e a reconciliação integrativa
- o princípio da diferenciação progressiva propõe que se inicie a exposição pelos conceitos ou ideias mais gerais, os quais vão sendo diferenciados e especificados por ordem de complexidade. Na Psicologia Cognitiva, a aplicação desta ordem de princípios justifica-se por corresponder à maneira como o ser humano apreende factos não-familiares e representa o conhecimento. Além disso, o homem organiza o conhecimento de forma hierárquica, do mais inclusivo para o menos inclusivo. O Princípio da Reconciliação Integrativa consiste em explicitar as diferenças e semelhanças entre ideias e conceitos em contextos diferentes. Assim, previne-se o uso inadequado de termos múltiplos em realidades diversas ou a retenção de conceitos diferentes como idênticos.
O formador pode apresentar o conteúdo de modo sequencial:
- Enunciação de uma série de factos.
- Afirmação e definição do problema.
- Critérios de resolução do problema.
- Avaliação das soluções.
- Decisão por uma solução.
- Considerações acerca de outras soluções.
A exposição participativa
É desejável implicar os participantes na exposição e propor-lhes trabalho em grupo durante ou após o curso magistral, ou seja, a exposição.Sugerimos uma série de técnicas que tornarão o uso do método expositivo mais interessante e eficaz:
- pode utilizar um filme, como prelúdio ou durante a exposição, e pedir aos grupos de formandos que analisem as informações adquiridas;
- distribua aos grupos uma lista de problemas ou questões-desafio, para que no final possam classificá-los pela importância ou acuidade;
- proponha aos formandos que em díade formulem um problema, uma questão ou um comentário sugeridos pela exposição. A discussão que se segue servirá de feedback;
- utilize adequadamente o momento das Perguntas-Resposta. Permitir-lhe-á verificar a memorização e a compreensão dos conceitos, corrigir os erros de compreensão e colmatar as lacunas. Uma das funções mais importantes desta técnica é permitir discutir novos conhecimentos e aplicá-los.
A conclusão
A conclusão servirá para resumir as ideias essenciais, pedir aos formandos que resumam o conteúdo, responder a dúvidas, indicar bibliografia ou restabelecer o conteúdo da exposição com os temas já abordados e novos. Pensamos ser útil acrescentar algumas instruções para facilitar ao formador a apresentação do método:- utilize audiovisuais e policopiados para sublinhar ou ilustrar a exposição;
- treine a sua dicção e o modo de se apresentar em público. O vídeo e o gravador são auxiliares preciosos para a melhoria das suas capacidades de comunicação;
- durante a exposição não leia nunca as suas notas, não perca o contacto visual com o auditório, não repita expressões idiomáticas;
- seja entusiasta e enérgico e adeqúe a sua linguagem aos participantes mesmo que o assunto seja eminentemente técnico.
O método expositivo
O método expositivo é um método pedagógico centrado nos conteúdos.
Traduz-se na transmissão oral pelo formador de informação e conhecimentos ou conteúdos em que a participação do formando é diminuta. A estrutura, a sequência dos conhecimentos e o tipo dos conteúdos são definidos pelo formador.
Traduz-se na transmissão oral pelo formador de informação e conhecimentos ou conteúdos em que a participação do formando é diminuta. A estrutura, a sequência dos conhecimentos e o tipo dos conteúdos são definidos pelo formador.
Quando utilizar o método expositivo
Este método é por vezes útil em determinadas circunstâncias e a solução mais adequada aos objectivos de formação. A sua utilização pode verificar-se quando:- o formador tem necessidade de expor as suas ideias ao grupo;
- a sessão expositiva é o meio mais prático e menos oneroso de fornecer a informação;
- os conceitos devem ser explicados de maneira indutiva e o formador é o único a poder responder às questões dos formandos;
- num curso cuja metodologia não assente neste método, breves sessões expositivas podem alterar o ritmo e despertar maior interesse dos participantes;
- a sessão expositiva for a única forma de responder a questionários ou dúvidas dos formandos e ainda acrescentar informação;
- o método for adequado aos seguintes objectivos;
- motivação do auditório para um tema novo;
- aquisição de conceitos;
- directrizes para a execução de uma actividade;
- reforço de informação;
- a informação e os conhecimentos sobre um tema podem mudar tão rapidamente que a actualização para os potenciais formandos/auditório é mais eficaz se recorrermos a uma exposição oral.
Critério de selecção dos métodos pedagógicos
Os princípios da Pedagogia de Adultos são factores essenciais na escolha dos métodos de formação:
Do ponto de vista do planeamento o formador deve orientar-se pelos seguintes princípios:
- definição rigorosa do objectivo concreto;
- caracterização do comportamento prático a atingir;
- organização metódica da formação nos seus aspectos práticos;
- responsabilização dos formandos;
- modificação das relações formando-formador;
- fomentação do trabalho de grupo.
Do ponto de vista do planeamento o formador deve orientar-se pelos seguintes princípios:
- coerência com as orientações curriculares e de conteúdo que se estabeleceram, nomeadamente no que se refere a conceitos de sujeito e processo de aprendizagem, papel do formador e ambiente, de modo a obter unidade no plano;
- adequação dos objectivos definidos aos vários níveis e tipologias; • adequação à análise e sequência de tarefas de aprendizagem a realizar ou de competências a adquirir pelos formandos, ou seja, os comportamentos finais;
- coerência com os conteúdos (factos, conceitos, processos, princípios) dado que eles condicionam o tipo de método e as actividades;
- adequação ao nível de entrada dos formandos;
- diversificação de modos e meios de aprendizagem, visando a variabilidade de experiências e adaptação individual de cada formando;
- especificação de métodos relativamente à sua função e características;
- viabilidade de execução nas situações concretas de formação.
A escolha de um método de formação
Um método pedagógico articula-se, de forma consciente, ou não, a um modelo ou teoria da aprendizagem. Os formadores podem sempre optar por um método e não assumirem o modelo de aprendizagem subjacente a esse método. Está neste caso a utilização esporádica de métodos expositivos ou demonstrativos. A escolha pode decorrer de variados factores que influenciam a formação. Na análise de uma situação de formação, o formador tem de considerar os objectivos, os conteúdos, os formandos e o contexto.Os objectivos de formação
O tipo de objectivos que se selecciona para um módulo ou sessão de formação determina uma estratégia de formação. Logo, o formador tem de optar pelo método que melhor se adequa aos objectivos. O método consubstancia, como se afirmou antes, uma situação pedagógica determinada. A complexidade dos objectivos influencia as actividades a desenvolver. Os objectivos de transferência ou de expressão, apenas atingíveis a médio prazo, resultam de actividades de aprendizagem complexas, implicam situações da aprendizagem pouco directivas, centradas no formando ou no grupo.Os conteúdos
A transmissão de conhecimentos ou de tecnologias exige o estudo, pelo formador, da estrutura interna dos conceitos e do seu grau de complexidade. A compreensão de que cada campo do conhecimento tem formas adequadas de aprendizagem pode facilitar a adopção das metodologias correctas. Afirma-se hoje que "quem sabe executa, quem compreende ensina".Os formandos
As relações estabelecidas entre formandos e formador e entre aqueles e os saberes, durante a formação, são determinantes para o sucesso desta. O conhecimento de quem são os sujeitos da aprendizagem, o seu ponto de partida, as suas motivações, os seus interesses e o seu estatuto profissional, permite ao formador escolher acertadamente o método. As realidades apercebidas durante a formação podem modificar as relações pedagógicas e pode impor-se uma mudança de método. O estilo cognitivo de cada sujeito é outra das variáveis da situação pedagógica. Não é possível escolher uma actividade que respeite, ao mesmo tempo, cada um e todos os estilos cognitivos dos formandos. Mas o formador, variando as técnicas e as formas de apresentação dos conteúdos, irá ao encontro dessa diversidade.O contexto
O exercício da formação depende de condicionalismos variados. As condições materiais, os recursos disponíveis e a própria natureza do curso ou acção de formação, devem ser factores a considerar na escolha das actividades de formação e, logo, do método pedagógico. Os recursos podem sempre ser reinventados ou construídos pelo formador ou pelas instituições. Optar por uma metodologia que exige muitos recursos, em que a maior parte dos quais pode estar indisponível no momento, irá pôr em risco a eficácia da formação. A título de exemplo, se a sala e os equipamentos não propiciam uma actividade de simulação (os formandos precisam de espaço, de liberdade de movimentos, de material) não será útil prevê-la. Será melhor planear uma outra actividade mais apropriada ao espaço, ou mudar de espaço se tal for possível. Não é aconselhável prever uma simulação que, pelo tipo de equipamento ou actividade, ponha em perigo a segurança dos formandos.O formador
As competências de cada formador e a sua experiência acabam por ser uma componente das situações de aprendizagem. Mas o desenvolvimento de competências e a auto-formação fazem parte do seu trabalho como formador. Se um formador não tem muita experiência em determinada metodologia, será preferível treinar previamente a sua aplicação com os seus pares. A estrutura da instituição de formação, os progressos científicos e as exigências pessoais de aperfeiçoamento podem suscitar a necessidade de inovações nas metodologias.Tipificação dos métodos Pedagógicos
O que é o método pedagógico
Um método pedagógico constitui a totalidade de momentos, situações e técnicas de aprendizagem coordenados de forma lógica com o fim de alcançar os objectivos concretos previamente definidos.O formador não se torna escravo de um método, antes adequa e experimenta vários métodos e selecciona-os de acordo com todas as condicionantes do processo de formação.
Podemos referir a classificação de métodos gerais pedagógicos assente no papel do formador e formando e no tipo de objectivos educacionais.
Atende-se nesta tipologia a critérios como:
- papel do formador no processo de formação;
- papel dos formandos nesse processo;
- grau de autonomia dos formandos;
- tipo de objectivos;
- tipo de aptidões/competências a adquirir.
- método expositivo;
- método demonstrativo;
- método interrogativo;
- métodos activos.
Estratégias de motivação
O formador deverá ter sempre em conta que, para que a aprendizagem seja significativa, o formando deverá ter uma atitude positiva e favorável, ou seja, tem de estar motivado para acrescentar o que está a aprender ao que já conhece. É desta forma que se modificam as estruturas cognitivas já existentes.
Num curso de formação podem surgir três tipos de formandos:
Como se motivam os adultos para a aprendizagem?
As novas perspectivas sintetizam uma série de princípios psicopedagógicos comuns a todas as tarefas de ensino-aprendizagem e chamam a atenção para a existência de diferentes tipos de aprendizagem consoante a natureza da tarefa a aprender.
Estes princípios básicos são um esforço de conciliação entre as várias teorias, funcionando também como estratégias de motivação dos formandos:
Num curso de formação podem surgir três tipos de formandos:
- os que estão motivados
- aqueles cuja motivação é nula
- e ainda os desmotivados (que é sinónimo de estarem contra a formação).
- criar vontade de ...
- predispor para ...
- chamar a atenção para ...
Como se motivam os adultos para a aprendizagem?
- motivação inicial – mostrar interesse pelos motivos que levaram os formandos a frequentarem aquele curso, saber o que esperam aprender, saber das suas experiências anteriores...;
- estar motivado – ninguém consegue motivar se não estiver motivado, isto implica: mostrar domínio do assunto (autoconfiança e segurança);
- ser expressivo – capacidade de comunicação, haver sintonia entre a expressão verbal e a não verbal (palavras e gestos), a voz com inflexão;
- distribuir o olhar por todos os participantes (troca de olhares) – o olhar não deve ser nem persistente nem fugidio, deve olhar mostrando mais interesse na pessoa do que no que ela diz;
- apelo à participação – implica e responsabiliza os formandos pela sua própria aprendizagem, ao mesmo tempo que demonstra interesse por saber o que pensam ou sabem sobre o assunto;
- a linguagem usada deve ser adequada aos destinatários – se o grau de escolaridade for baixo, a linguagem deve ser simples e com alguns cuidados no uso de siglas, estrangeirismos ou expressões muito técnicas; se pelo contrário o grau de escolaridade for elevado, a linguagem deve ser técnica;
- usar o humor – desde que usado moderadamente e devidamente contextualizado, facilita a evocação do assunto que estava a ser tratado.
As novas perspectivas sintetizam uma série de princípios psicopedagógicos comuns a todas as tarefas de ensino-aprendizagem e chamam a atenção para a existência de diferentes tipos de aprendizagem consoante a natureza da tarefa a aprender.
Estes princípios básicos são um esforço de conciliação entre as várias teorias, funcionando também como estratégias de motivação dos formandos:
- estabelecer a ideia de conjunto da tarefa a aprender;
- relacionar os conhecimentos e as habilidades a adquirir com os já adquiridos;
- orientar a atenção dos formandos para os elementos novos da tarefa a aprender;
- fomentar a participação dos formandos;
- nos primeiros momentos da aprendizagem orientar os formandos, mas retirar progressivamente essa orientação, a fim de permitir que se responsabilizem pela sua própria aprendizagem;
- criar condições que desenvolvam a capacidade de transferência de conhecimentos e habilidades a novas situações;
- dar feedback desenvolvendo nos formandos a capacidade de se auto-avaliarem;
- criar um clima afectivo conducente à aprendizagem;
- avaliar as aprendizagens dos formandos e a eficácia do desempenho do formador.
- definir os objectivos gerais de aprendizagem. Esta definição deve ser suficientemente flexível de modo a permitir a ocorrência de aprendizagens não previstas nos objectivos;
- desdobrar os objectivos gerais em objectivos específicos, tendo em conta a estrutura do sujeito, a estrutura da tarefa e o tipo de aprendizagem exigida por estes dois factores;
- decidir quais os conhecimentos ou habilidades de base que os sujeitos já devem possuir para poderem iniciar a tarefa de aprendizagem;
- sequenciar a aprendizagem de forma a que os sujeitos sintam que estão a fazer progressos;
- pensar em algumas actividades que formador e formando possam desenvolver no decurso da sessão.
Métodos de motivação
Conceitos e características da motivação
Ao comportamento humano estão inerentes múltiplas e diferenciadas actividades, que todas as pessoas desenvolvem no seu quotidiano, como por exemplo, andar, conversar, dormir, trabalhar, etc. É possível mesmo realizar várias actividades em simultâneo.- Será que o indivíduo tem sempre consciência daquilo que o leva a agir?
- O que leva os indivíduos a envolverem-se mais numas actividades do que noutras?
- Porque mudam as pessoas de actividade, no decurso da vida?
PORQUE
- Todo o comportamento é uma actividade dirigida
- Todo o comportamento tende para a consecução de objectivos
Motivação Humana é a força geradora do comportamento, é o que predispõe o indivíduo para uma determinada actividade.
A motivação de cada sujeito pode ser condicionada por três factores: - expectativas – antecipação subjectiva do que irá acontecer;
- valências – cada indivíduo revela tendências para valorizar um determinado tipo de resultados. Depende do objectivo e do valor que cada sujeito atribuí ao resultado final e à satisfação proporcionada;
- instrumentalidade – é a relação causal entre o esforço intermediário e o resultado final (se o sujeito verificar que o resultado final não depende do esforço a fazer, pode optar por não se esforçar).
A aprendizagem acontece quando o indivíduo está realmente interessado em aprender; aprende-se aquilo que corresponde a uma necessidade ou a um interesse.
A motivação desempenha três funções no processo de aprendizagem:
- função selectiva: a atenção da pessoa centra-se no campo específico do interesse dominante;
- função energética: a pessoa intensifica a sua actividade, aumentando a sua energia e poder de concentração, para atingir os fins a que se propôs;
- função direccional: a pessoa orienta os seus actos em direcção à meta que pretende atingir.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Factores que influenciam a aprendizagem
Uma das preocupações que o formador deve ter quando planifica sessões de formação, é criar situações que favoreçam a aprendizagem, tendo em conta três variáveis:
- o que vai ensinar (objectivos/domínios da aprendizagem);
- como ensinar (estratégias);
- a quem ensinar (público alvo).
Existem factores internos e externos ao próprio indivíduo, que podem facilitar ou inibir o processo da aprendizagem.
Alguns destes factores estão relacionados com características das pessoas a quem se destina a formação.
O público alvo da formação profissional é, normalmente, constituído por adultos, o que implica procedimentos necessariamente diferenciados, na medida em que a aprendizagem adulta é substancialmente diferente da aprendizagem da criança e, por isso, o formador não pode ter o mesmo tipo de abordagem perante estes dois públicos distintos.
A investigação em Pedagogia de Adultos tem vindo a demonstrar que, ao contrário da crença generalizada de que "Burro velho não aprende línguas", os adultos aprendem também com facilidade desde que motivados e activos. As diversas metodologias de “transmissão” de informação numa situação de ensino/aprendizagem possuem resultados distintos na aprendizagem de adultos.
As diferenças entre as crianças e os adultos implicam alguns cuidados, que o formador deve ter, para evitar situações de insucesso e frustração, pois os adultos possuem uma fraca resistência ao fracasso em situações de ensino-aprendizagem. Possuem uma dada experiência de vida, crenças e valores acerca do mundo e dos outros, e pôr em causa os seus desempenhos, é pô-los em causa a eles enquanto pessoas. Tanto as crianças como os adultos esquecem facilmente aquilo que ouvem, ou que lêem. Mais ainda, após os 30 anos de idade, as nossas capacidades de memorização decaem. Obrigar adultos a dependerem essencialmente da memória, auditiva ou visual, é fazer uma opção pedagógica incorrecta.
Os indivíduos em formação compreendem aquilo que está a ser dito; mais tarde, serão confrontados com a surpresa desagradável de não conseguirem reproduzir essa mesma informação. Este facto, ao ser interpretado como falta de capacidades para aprender, poderá conduzir a uma perda de autoconfiança, a frustração e desmotivação face a futuras aprendizagens.
Assim, para que a prática pedagógica conduza ao sucesso da aprendizagem, o formador deve ter em conta o seguinte:
Alguns destes factores estão relacionados com características das pessoas a quem se destina a formação.
O público alvo da formação profissional é, normalmente, constituído por adultos, o que implica procedimentos necessariamente diferenciados, na medida em que a aprendizagem adulta é substancialmente diferente da aprendizagem da criança e, por isso, o formador não pode ter o mesmo tipo de abordagem perante estes dois públicos distintos.
A investigação em Pedagogia de Adultos tem vindo a demonstrar que, ao contrário da crença generalizada de que "Burro velho não aprende línguas", os adultos aprendem também com facilidade desde que motivados e activos. As diversas metodologias de “transmissão” de informação numa situação de ensino/aprendizagem possuem resultados distintos na aprendizagem de adultos.
As diferenças entre as crianças e os adultos implicam alguns cuidados, que o formador deve ter, para evitar situações de insucesso e frustração, pois os adultos possuem uma fraca resistência ao fracasso em situações de ensino-aprendizagem. Possuem uma dada experiência de vida, crenças e valores acerca do mundo e dos outros, e pôr em causa os seus desempenhos, é pô-los em causa a eles enquanto pessoas. Tanto as crianças como os adultos esquecem facilmente aquilo que ouvem, ou que lêem. Mais ainda, após os 30 anos de idade, as nossas capacidades de memorização decaem. Obrigar adultos a dependerem essencialmente da memória, auditiva ou visual, é fazer uma opção pedagógica incorrecta.
Os indivíduos em formação compreendem aquilo que está a ser dito; mais tarde, serão confrontados com a surpresa desagradável de não conseguirem reproduzir essa mesma informação. Este facto, ao ser interpretado como falta de capacidades para aprender, poderá conduzir a uma perda de autoconfiança, a frustração e desmotivação face a futuras aprendizagens.
Assim, para que a prática pedagógica conduza ao sucesso da aprendizagem, o formador deve ter em conta o seguinte:
- o nível de dificuldade das actividades propostas, deve estar ao alcance de todos;
- o formador deve garantir a resolução mínima dos exercícios por todos os participantes;
- as correcções necessárias não devem assumir a forma de crítica destrutiva, mas devem ser feitas em forma de sugestão, ou de incentivo ao debate, conduzindo à auto-descoberta e à auto-transformação;
- é muito importante a informação sobre os resultados obtidos e reforçar positivamente (reduz a insegurança).
Outro tipo de factores que podem condicionar a aprendizagem são os internos ao próprio indivíduo, que fazem parte quer das suas características de personalidade, quer das suas características físicas:
- Factores cognitivos
- Percepção
- Atenção
- Memória
- Factores socioculturais
- Família
- Grupos de pertença
- Comunidade
- Sociedade (valores, representações e estereótipos)
- Factores biológicos
- Neurofisiológicos
- Genéticos
- Factores emocionais
- "Estados de espírito"
Existem também factores externos ao próprio indivíduo, que podem facilitar o processo da aprendizagem (são da responsabilidade do formador):
- definir objectivos e dá-los a conhecer;
- avaliar pré-requisitos;
- explicitar as estratégias;
- motivação (situar num contexto);
- manter o grupo activo e participante (proporcionar trabalhos de grupo e de investigação);
- utilizar os meios técnicos e práticos disponíveis (vídeo, retroprojector e outros);
- fazer sínteses parcelares e conclusões;
- exercícios práticos;
- fazer a avaliação da aprendizagem;
- discussão dos resultados.
A aprendizagem significativa, é favorecida pelos processos interactivos que se estabelecem, em relação aos quais o formador tem um papel importante, na medida em que depende dele o “clima”, o “estilo” de relações psicossociais que se estabelecem durante a formação, assim:
- a aprendizagem deve processar-se num clima de confiança e abertura que propicie a partilha de experiências e vivências, visando um enriquecimento mútuo;
- a aprendizagem não deve ser estanque mas negociada, os objectivos devem ser explícitos e partilhados;
- a aprendizagem deve situar-se relativamente a um quadro de referência, apelo às experiências e vivências dos formandos, no sentido de os motivar e implicar;
- a aprendizagem deverá ser dirigida para o aqui e agora dos acontecimentos, as finalidades devem ser explícitas.
Objectivos e domínios da aprendizagem
Como já foi referido, as tarefas de aprendizagem são múltiplas. Apesar desta multiplicidade podemos dividi-las em três grandes grupos ou domínios de aprendizagem (divisão proposta B. Bloom).
Contudo, esta divisão não significa que estes domínios se excluam, antes pelo contrário, o desenvolvimento de cada um pressupõe o desenvolvimento dos outros. Ela justifica-se por uma questão de sistematização e, ainda, porque é importante para o formador saber qual é o domínio predominantemente visado pelos objectivos de aprendizagem, para adoptar os procedimentos adequados e criar as condições necessárias à realização das tarefas propostas:
Contudo, esta divisão não significa que estes domínios se excluam, antes pelo contrário, o desenvolvimento de cada um pressupõe o desenvolvimento dos outros. Ela justifica-se por uma questão de sistematização e, ainda, porque é importante para o formador saber qual é o domínio predominantemente visado pelos objectivos de aprendizagem, para adoptar os procedimentos adequados e criar as condições necessárias à realização das tarefas propostas:
- domínio psicomotor (saber–fazer) – domínio das actividades motoras ou manipuladoras. Conduzem ao desenvolvimento e aplicação das actividades motoras;
- domínio cognitivo (saber-saber) – domínio da actividade mental ou intelectual. Diz respeito à aquisição de informações, ao desenvolvimento de capacidades e estratégias cognitivas e à sua aplicação a situações novas;
- domínio afectivo (saber-estar/ser/atitudes) - domínio dos fenómenos da sensibilidade; envolvem interesses, atitudes e valores.
Como se pode ver no quadro resumo seguinte, os processos implicados na aprendizagem variam consoante os objectivos de aprendizagem visados:
Processos de Aprendizagem | Objectivos Visados | Domínios da Aprendizagem |
Condicionamento ou Aquisição de Automatismos |
| Psicomotor (saber fazer) |
Intuição ou Descoberta |
| Afectivo (saber estar/ atitudes) Cognitivo (saber saber) |
Estruturação ou Processamento da Informação |
| Cognitivo (saber saber) |
Reprodução do Modelo ou Modelagem |
| Afectivo (saber estar /atitudes) Psicomotor (saber fazer) |
Processos de aprendizagem
A função de qualquer teoria de ensino/formação é dar a conhecer que diferentes tipos de aprendizagem:
• implicam diferentes processos cognitivos;
• pressupõem diferentes capacidades;
• exigem níveis de resposta diferenciados.
Estes constituem aspectos facilitadores ou inibidores das aprendizagens em jogo.
O formador é, antes de mais, um facilitador de aprendizagem funcionando como mediador entre os saberes que o formando já tem e os que necessita de adquirir. O conhecimento dos processos cognitivos envolvidos na resolução das diferentes tarefas de aprendizagem, ajuda quer o formando, quer o formador a optimizarem o seu trabalho. Para o formando, conhecer os processos cognitivos, ajuda-o a encontrar as estratégias e as soluções adequadas às diferentes tarefas de aprendizagem; ao formador, ajuda-o a escolher os tipos de aprendizagem mais úteis e ajustados aos objectivos pretendidos e a criar condições de aprendizagem que facilitem a realização destas mesmas tarefas. Como se constata no quadro seguinte, aprendemos de várias formas, e as diferentes formas como aprendemos, implicam processos de aprendizagem diferentes.
• implicam diferentes processos cognitivos;
• pressupõem diferentes capacidades;
• exigem níveis de resposta diferenciados.
Estes constituem aspectos facilitadores ou inibidores das aprendizagens em jogo.
O formador é, antes de mais, um facilitador de aprendizagem funcionando como mediador entre os saberes que o formando já tem e os que necessita de adquirir. O conhecimento dos processos cognitivos envolvidos na resolução das diferentes tarefas de aprendizagem, ajuda quer o formando, quer o formador a optimizarem o seu trabalho. Para o formando, conhecer os processos cognitivos, ajuda-o a encontrar as estratégias e as soluções adequadas às diferentes tarefas de aprendizagem; ao formador, ajuda-o a escolher os tipos de aprendizagem mais úteis e ajustados aos objectivos pretendidos e a criar condições de aprendizagem que facilitem a realização destas mesmas tarefas. Como se constata no quadro seguinte, aprendemos de várias formas, e as diferentes formas como aprendemos, implicam processos de aprendizagem diferentes.
Aprendemos | Processos de Aprendizagem | Teorias / Principais Representantes |
| Condicionamento ou Aquisição de automatismos Modelagem ou Reprodução de Modelos | Comportamentalistas / Behavioristas ( Watson, Thorndike, Skiner. ) Aprendizagem Social (Modelling), (Albert Bandura) |
| Intuição ou descoberta (Insight) Estruturação ou elaboração da informação | Cognitivistas (Wertheimer, Köhler, Koffka, Lewin, Piaget, Bruner, Ausubel, Chomsky …) |
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Teorias e modelos de aprendizagem
As correntes da psicologia não foram consensuais no que concerne ao estudo da aprendizagem. As teorias Comportamentalistas, focaram sobretudo a relação Estímulo-Resposta, e procuraram saber quais as leis que presidiam ao estabelecimento desta relação. As teorias Humanistas acentuaram sobretudo o carácter único da experiência de cada um, tendo por isso dificuldade em estabelecer leis gerais. As teorias Cognitivistas dirigiram a sua atenção para os processos cognitivos, isto é, para o que se passa na cabeça do sujeito entre a recepção de um estímulo e a execução de uma resposta.
Destas diferentes perspectivas surgem os princípios psicopedagógicos, e as técnicas de ensino que cada corrente considerou adequadas tendo em vista a eficácia da aprendizagem
Teorias Comportamentalistas
Princípios Psicopedagógicos
- Definir com maior exactidão possível os objectivos finais da aprendizagem;
- Análise cuidada da estrutura das tarefas, de modo a determinar os objectivos do percurso;
- Apresentação da matéria em sequências curtas de forma a permitir um melhor condicionamento do sujeito, conduzindo-o através de experiências positivas de aprendizagem;
- Apresentar estímulos capazes de suscitar as reacções adequadas às aprendizagens desejadas;
- Reforçar as reacções desejadas;
- Proporcionar o conhecimento dos resultados da aprendizagem como forma de retroalimentação do processo;
- Recompensar, retirar a recompensa ou punir, em função da relação entre o comportamento expresso e a aprendizagem desejada;
- Exercitar os comportamentos aprendidos.
Técnicas de Ensino
- Exercícios de repetição;
- Ensino individualizado, tipo programado;
- Demonstrações para imitação;
- Memorização.
Teorias Cognitivistas
Princípios Psicopedagógicos
- Motivação, motivar o sujeito para aprendizagem, relacionando as suas necessidades pessoais com os objectivos da própria aprendizagem;
- Valorização da experiência anterior, reconhecer que a estrutura cognitiva do sujeito depende da sua visão do mundo e das suas experiências anteriores;
- Estratégias de ensino adaptadas ao nível de desenvolvimento dos sujeitos;
- Relacionar o novo com o adquirido, ajudar os sujeitos a relacionar conhecimentos e habilidades novos com conhecimentos e habilidades anteriormente adquiridos;
- Valorização da compreensão em detrimento da memorização;
- Fornecer informações, indicar factos, fornecer pistas que facilitem a compreensão, organização e retenção dos conhecimentos;
- Valorizar a prática, a experimentação de novos conhecimentos, não equacionar a prática como repetição, mas concebe-la como uma série de tentativas sucessivas e variadas, que facilitem a transferência de habilidades e conhecimentos para novas situações;
- Sistematização: iniciar cada unidade de ensino apresentando conjuntos significativos e descer gradualmente ao pormenor.
Técnicas de Ensino
- Ensino pela descoberta;
- Apresentação dos objectivos;
- Introduções;
- Sumários;
- Questionários orientados para a compreensão;
- Esquemas;
- Debates;
- Discussões;
- Estudo de casos.
Teorias Humanistas
Princípios Psicopedagógicos
- A preocupação central não deve ser com o ensino, mas sim com a aprendizagem numa perspectiva de desenvolvimento da pessoa humana;
- Centrar a aprendizagem no sujeito e nas suas necessidades, na sua vontade e nos seus sentimentos;
- Desenvolver no indivíduo a responsabilidade pela auto-aprendizagem e incutir-lhe o espírito de auto-avaliação;
- Centrar a aprendizagem em actividades e experiências significativas para o educando;
- Desenvolver no seio do grupo relações interpessoais baseadas na empatia;
- Ensinar também a sentir e não apenas a pensar;
- Ensinar a aprender;
- Criar no seio do grupo uma atmosfera emocional positiva, que ajude o educando a integrar novas experiências e novas ideias;
- Promover a aprendizagem activa, orientada para processos de descoberta, autónomos e reflectidos.
Técnicas de Ensino
- Ensino individualizado;
- Discussões;
- Debates;
- Painéis;
- Simulações;
- Jogos de Papéis;
- Resolução de Problemas.
Conceito e características da aprendizagem
O formador é um facilitador de aprendizagem por isso tem como tarefa principal levar os formandos a aprender. Isto quer dizer que deve ser capaz de criar situações que favoreçam a aprendizagem. A aprendizagem é a capacidade de que quotidianamente necessitamos para responder adequadamente às diferentes solicitações e desafios que se nos colocam na nossa interacção com o meio.
Será que existe um único tipo de aprendizagem, ou seja, aprende-se sempre da mesma maneira, independentemente do objectivo da aprendizagem?
Por exemplo, durante um curso de formação quando se solicita aos formandos:
Será que existe um único tipo de aprendizagem, ou seja, aprende-se sempre da mesma maneira, independentemente do objectivo da aprendizagem?
Por exemplo, durante um curso de formação quando se solicita aos formandos:
- que reproduzam um determinado conceito teórico;
- que a partir dos conceitos teóricos transmitidos resolvam um problema;
- que façam uma demonstração prática.
Será que nas três situações apresentadas está presente o mesmo tipo de aprendizagem e serão os mesmos os processos cognitivos (mentais) em jogo?
Para se conseguir realizar as diferentes tarefas constatamos que, provavelmente, existem vários tipos de aprendizagem e diferentes processos cognitivos.
Para que o formador consiga cumprir a sua tarefa de facilitador de aprendizagem é necessário que compreenda o que se passa na cabeça do “sujeito que aprende”. Esta análise pode ajuda-lo a planificar a formação de modo a rentabilizar os processos internos intervenientes na aprendizagem. Com o intuito de auxiliar os utilizadores/futuros formadores a atingirem estes objectivos, o presente módulo vai abordar um conjunto de conceitos e reflexões sobre:
Para se conseguir realizar as diferentes tarefas constatamos que, provavelmente, existem vários tipos de aprendizagem e diferentes processos cognitivos.
Para que o formador consiga cumprir a sua tarefa de facilitador de aprendizagem é necessário que compreenda o que se passa na cabeça do “sujeito que aprende”. Esta análise pode ajuda-lo a planificar a formação de modo a rentabilizar os processos internos intervenientes na aprendizagem. Com o intuito de auxiliar os utilizadores/futuros formadores a atingirem estes objectivos, o presente módulo vai abordar um conjunto de conceitos e reflexões sobre:
- conceitos e características da aprendizagem;
- teorias, modos/modelos/mecanismos de aprendizagem;
- processos, etapas e factores psicológicos da aprendizagem;
- fontes e métodos de motivação.
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